Faz hoje precisamente 37 anos que a revolução dos cravos pôs fim ao Estado Novo. O poder sempre conviveu mal com os direitos fundamentais, nomeadamente com a liberdade de expressão. O regime antes de 25 de Abril não foi, a este respeito, um bom exemplo.
Hoje, recordo o caso de Aurora Rodrigues que conheci, há quase quatro décadas, na cantina da Faculdade de Direito de Lisboa e que, recentemente publicou o livro "Gente Comum - Uma História da PIDE" onde evoca as vicissitudes da sua detenção pela polícia política, que são uma demonstração de carácter, de força e de resistência.
A apresentação serôdia desta história de intervenção política é, talvez, o ousar vencer uma postura de intervenção política discreta e sincera, longe do protagonismo interesseiro de "revolucionarite" que se seguiu ao 25 de Abril.
Hoje, recordo o caso de Aurora Rodrigues que conheci, há quase quatro décadas, na cantina da Faculdade de Direito de Lisboa e que, recentemente publicou o livro "Gente Comum - Uma História da PIDE" onde evoca as vicissitudes da sua detenção pela polícia política, que são uma demonstração de carácter, de força e de resistência.
A apresentação serôdia desta história de intervenção política é, talvez, o ousar vencer uma postura de intervenção política discreta e sincera, longe do protagonismo interesseiro de "revolucionarite" que se seguiu ao 25 de Abril.
Tentei fazer um espelho com pratas, mas não dava. Nunca me vi a um espelho lá dentro e sentia falta de me ver. Vi-me algumas vezes, mais tarde, em reflexo, num plástico transparente duma espécie de janela da porta divisória da cela, quando estava em contra-luz, diz Aurora, nesta espécie de autobiografia, que justifica quando escreve: Acho importante contar o que me aconteceu, porque existe a ideia de que só eram presos e torturados grandes políticos, esquecendo-se que também o eram pessoas comuns, que era aquilo que eu era, sempre fui e ainda sou. Às vezes, leio aqueles livros sobre grandes figuras míticas que foram torturadas e não falaram, mas a verdade é que não foram só eles. Muitas pessoas comuns que se opunham ao regime, por uma razão ou por outra, foram torturadas e conseguiram resistir e nisso não há nada de extraordinário. (...) O medo existe sempre e nisso não há nada de extraordinário.
(Re)vejam Aurora Rodrigues, actualmente com 59 anos. magistrada do Ministério Público em Évora.
(Re)vejam Aurora Rodrigues, actualmente com 59 anos. magistrada do Ministério Público em Évora.
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